segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Depois do Fim

Não me lembro da última vez em que acordei com um mínimo animo - depois da longa noite que tive, com pessoas que não dão a mínima pra mim. Mesmo assim ainda saio com eles e faço coisas das quais me arrependo depois, - levantei com grande custo e percebi que a tarde estava linda, do jeito que eu sempre costumava passar horas vendo, sem nuvens, um azul celestial e os raios de sol pareciam refletir no gramado da praça e nos sorrisos das crianças que ali brincavam. E isso me deixava mais irritada. Fechei a janela e qualquer lugar de onde podiam vir vestígios de felicidade. Voltei a minha cama, queria ficar apenas com minha hipocondria.
Olhei os porta-retratos em cima da escrivaninha, que durante uma bad trip quebrei e rasguei as fotos, depois me arrependi e tentei junta-las de novo colando-as em um sulfite, claro que faltou várias partes, mas olhá-las me fazia lembrar de quando me precipitava em achar que era feliz. Felicidade... a grande ilusão da humanidade.
Agora já faz mais de um mês que meu coração parou. Depois de sua ida o meu pavor surpreendeu a mim mesma, fora incontrolável. Por grande parte da minha existência, eu era apenas uma máquina de ressentimento, chorava quando queria, ria quando sentia vontade. Mas a dor que você me provocou ia além disso. E mais uma vez perco o controle sobre mim mesma.
Eu percebi que o sofrimento é apenas um meio de fugir do que tenho medo de enfrentar. A tua ausência, mas foi ela que fez de mim o que sou. Me arrumo, tomo dois ou três comprimidos e saio de cara lavada, não falo com ninguém, sou quase invisível para eles. Não sei para onde vou ao certo, mas o que me deixa irada é que quando penso em você não sei o que fazer, me abraço forte e meus pés me guiam por conta própria, meus olhos reparam o chão. Onde estas agora. Foi o teu fim, agora só vivo para esperar o meu, é a única certeza que tenho agora.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Of Heaven To Hell

No inusitado está a surpresa, no início a adrenalina. Sempre dividida. Ir ou vir, falar ou calar, deixar ou impedir, cair ou continuar...? O que é novo me seduz, o que está por vir é um mistério. Eu arrisco. Tenho medo, mas não deixo que ele me possua. Posso provar que sou capaz, apesar de não saber do que. Mergulho, vou fundo, estou aqui e talvez seja culpa do acaso, na verdade nós não precisamos escolher para onde vamos, se tudo nos leva a apenas um caminho, do qual não podemos fugir.