sábado, 27 de novembro de 2010

Change

Acho que estou feliz demais para escrever, principalmente quando só escrevo sobre tristeza e conflitos interiores. Agora me vejo tão bem e contente que chega a doer, a tristeza é reconfortante, mas você veio e me ensinou algo novo que posso sentir, que não suga minhas forças, que me traz um sorriso sincero nos lábios. Pensar em você é bom e quando estou contigo esqueço de todos os meus medos, é como se com você eu fosse forte e estivesse segura.
Não sei o que somos, sei que nos conhecemos de uma forma extremamente ruim, porém no momento certo. Você se tornou meu porto seguro. Só tenho medo de te afastar de mim, como já fiz tantas vezes com outras pessoas, medo de te decepcionar, te assustar com minhas atitudes, me recriminar quando eu cair em tentação.
Queria que você não fosse embora nunca, porque você sem perceber esta me tirando da beira do abismo, queria ser forte o suficiente para me afastar dele e poder ser feliz de verdade, ou boa o suficiente para não te arrastar comigo.
Eu vejo sinceridade no seu olhar, coisa rara hoje em dia. Você quer realmente me ajudar, não é como os outros. Mas tenha paciência não é assim tão fácil quanto parece, mudanças são complicadas. Ao matar nossos demônios, as vezes matamos o que há de melhor em nós. Não o enfrentamos e ganhamos a batalha, temos que matá-los todos os dias e ainda assim continuarão os conflitos.
Mas já estou vendo algo que não via a tempos... A luz no fim do túnel.

Routine

Saiu do banho e como de costume se arrumou demoradamente como se tivesse todo o tempo do mundo, fez sua maquiagem pesada como quem coloca uma máscara. Fechou a porta e saiu. Chegando, logo conseguiu sua vodca com gelo, bebida habitual, e o cigarro. Estava a procura de um coração, a próxima vítima..
Não sabia porque fazia isso, não era de propósito, a sua natureza é ruim. Iludia as pessoas. Era doce e todos rapidamente se apaixonavam pelo seu singelo sorriso e falsas palavras, palavras que eram tão ridículas não sabia como ainda acreditavam nisso. Tudo para em seguida ir embora e transformar mais um coração vigoroso em apenas uma casca oca, que como ela, tornava-se incapaz de se entregar novamente, e amar.
Logo que chegou viu vários conhecidos e estava cercada de pessoas, todas mascaradas, ela odiava isso, mas era indiferente, já havia vendido sua alma e pouco importava a dos outros.
Ali, logo viu sua presa e partiu para o ataque, foi um tanto entediante, mas rápido conseguiu o que queria, conseguiu a confiança, o final da história ela já sabia e inconscientemente os outros também. Todos a amam e a odeiam ao mesmo tempo, ela não está nem ai pra ninguém, se ela perder o jogo nem sabe como reagir, porém não tem nem mesmo o que perder.
Ela era realmente ruim, queria fazer com que sofressem o que ela sofreu por serem tolos, por dar mais valor nas palavras do que realmente é necessário, de acreditar em alguém em tão pouco tempo e conseguir confiar na pessoa, por aparência ou não. Não tentar ver as reais intenções das pessoas por um simples contato de olho no olho.
Aquilo a fazia se sentir melhor, ver a dor que sentia nos outros. Ela já esteve na mesma situação, mas prefere ser a caçadora. Um dia ela já foi caça., mas aprendeu.

domingo, 12 de setembro de 2010

Renovarme-ei

E eu perguntei como num suspiro, o medo da rejeição saindo no meu timbre, você respondeu balançando a cabeça positivamente, com o maior sorriso que eu já te vi dar, e os olhos mais brilhantes do que nunca, quase chorando de alegria, ansiedade, e antes de qualquer coisa você me beijou, o nosso primeiro beijo depois do pedido oficial.
Fiz, faria e farei de tudo pra te ter ao meu lado. Por você eu começo a escutar essas musicas ruins que você tanto gosta. Eu aceito ir ver sua família, acordar cedo pra ir ao parque. Por você eu abro mão do meu futuro, dos meus sonhos, nada fará sentido se não tiver você. Por você eu perco o medo de altura, eu aprendo a tocar violão, vou ao karaokê, aprendo a cozinhar e paro até de fumar.
Por você eu viajo milhas e milhas sem vontade de voltar, vou ao cinema com pipoca, refrigerante, mãos dadas e amassos. Eu procurarei um emprego, e não irei mais para cama tão tarde.
Levanto mais cedo e preparo seu café da manhã. Te faço dormir com carinho, e acordar com um beijo. Compro flores no seu aniversário e faço juras de amor que só eu e você precisamos saber. Deixo o cabelo crescer e serei mais responsável. Só por você e para você. Prometo ficar abraçada com você por várias horas todos os dias, te ligarei só pra dizer que te amo, e mandarei mensagens antes de dormir. Vou falar pra todos como estou feliz ao seu lado, e o mundo vai parar para nos ver sorrir. Eu vou ser uma pessoa melhor por você, você merece isso, e eu juro te fazer a pessoa mais feliz do mundo.
Prometo fazer você sorrir todos os dias, te confortar de todas as maneiras possíveis quando estiver triste, prometo te acalmar quando você brigar com sua mãe, ouvir você me contar sobre seu dia, sobre a faculdade e seus planos para matar o seu patrão. Vou te mimar até não querer mais, levantarei do sofá para pegar alguma coisa quando estiver com fome ou cede, vou assistir filmes no domingo a noite com chocolate quente debaixo das cobertas se você estiver comigo, prometo ainda lhe dar uma sequencia de beijinhos quando estiver jogando video-game só para chamar sua atenção.
Prometo sempre rir quando formos tomar sorvete e eu te sujar de propósito e ver você fazer beicinho, servir seu copo de cerveja com espuma só pra ficar com bigodinho e eu poder limpar. E quando for viajar no fim de semana prolongado eu juro que vou morrer de saudades, te ligar e chorar por ouvir tua voz dizendo que me ama e não vê a hora de me ver.
Vou te amar, em todas as estações. No frio, no calor. No sul, no sudeste. Na minha casa, na sua. Por todos os dias e em todas as situações. Só te peço uma coisa, não solte minha mão nunca.

sábado, 31 de julho de 2010

Três Tempos em Lá Menor

Onde está seu amor? O que fez com ele? Estava tão belo, o cultivava todos os instantes. Refletia em cada gesto seu. Por que o matou? Você acha certo dar vida e em seguida arrancá-la?
Como pude não sei, mas foi necessário. Ele me fazia sentir tão viva, até a dor que provocara era confortante. Na verdade ele é um grande ciclo, primeiro o idolatramos quando nos fazem bem para depois que ele nos ferir nos lamentarmos por um dia amar, e o terceiro é a pior parte, chegamos até a implorar para voltarmos a segunda para que possamos no mínimo sentir algo e não sermos apenas um corpo frio, vazio e sem vida.
Uma vez passado por este ciclo, nós dificilmente conseguimos ver o amor da mesma forma como vimos da primeira vez, e até que isto não aconteça invertemos nossos papéis e vamos sair por ai a procura de alguém para apresentarmos o ciclo. Como resultado disto vamos nos tornando cada vez mais vazios, e perdendo a confiança até em nós mesmos.
E o seu coração? Onde ele está? Estava tão vivo e pulsante que imergia alegria a todos ao redor. O que fez com ele? Você sabe que tinha que cuidar dele como o maior dom recebido, não é?
Eu sabia, mas pensei que o que estava fazendo era o melhor para ele. Mas o perdi em uma esquina qualquer, com aquele rapaz sem escrúpulos que dizia cuidar dele por mim. Eu o confiei meu coração e no mesmo instante ele o quebrou, aquele som de estilhaço foi o som mais amargante que um dia escutei, e ele continua a soar em minha mente. Agora não sei mais onde está, decidi que não iria juntá-lo, e ninguém o fez por mim. Já não tenho mais coração, talvez ele tenha ido para onde vão todos os outros corações sem conserto. Também não o culpo, ele provavelmente também teve que passar por isto.
Mas isto foi a um tempo atrás, já me acostumei a viver sem tê-los, foi difícil, mas consegui. Se tivéssemos outra opção, alguma forma de fazer isto parar...
Isto é Utopia.
Não é por querer, é apenas algo de que não podemos fugir. Amor. É tão complexo, é tão confuso. Oh, eu só queria poder senti-lo mais uma vez, nem que seja a última coisa que eu faça nesta vida. Não queria matá-lo. Mas é uma questão de sobrevivência, onde quem destruí-se primeiro continuaria vivo.
Meu amor, meu amor. Eu só queria dizer que eu sinto tanto a sua falta.

sábado, 29 de maio de 2010

I and You

Lembro de quando aumentava o caminho para passar em frente a sua casa com esperança de ao menos te ver de longe, fazia de tudo para nossos horários coincidirem, inventava desculpas para te ligar. Seu sorriso me encantava, seu olhar me enfeitiçava. Você invadia meus pensamentos de tal forma que não conseguia parar de sorrir.Uma pena tudo ter passado. O fim do meu amor foi ainda mais triste do que o nosso fim. Ver você chegando e não sentir minhas pernas bambearem, ou meu corpo todo tremer, consegui até prestar atenção em outras pessoas que estavam no mesmo ambiente que nós.Como tudo aconteceu ainda não sei, não sabia que era capaz de esquecer o sentimento mais forte que um dia senti. Ter vida própria, te deixar livre para fazer o que quiser sem culpa. Surpresa para mim foi saber, que você precisava mais de mim, do que eu de você. Logo você que sempre foi a mais forte de nós, com grandes experiências vividas, com tanto para me ensinar, e eu sempre tão disposta a aprender.Na verdade guardo até hoje tudo o que aprendi com você, mas você nunca me disse que também aprendera muito comigo. Nunca disse como gostou de todas as nossas conversas e de ouvir o que eu tinha a dizer.O que tenho a dizer é que sinto saudades, não somente a sua, sinto saudades de mim, de quem eu era quando estava contigo. Do que sentia quando estava com você, sinto falta de ter para quem ligar quando o tédio me alcançava. Sinto falta de muita coisa. Mas principalmente do que você me fazia sentir, uma pena não sentir mais.

Razor

Cada corte uma lembrança, cada cicatriz uma dor que ainda não foi esquecida, as feridas ainda abertas ardem como se jogassem álcool nelas. A dor da navalha passando por ela era grande, mas não ultrapassava a dor que sentia em seu coração.
A dor de saber que um dia pudera ter ao seu lado quem mais amou, de ser a sua prioridade, ter o privilégio de guardar o seu coração. Talvez por infantilidade, ou até por alguma forma de auto proteção, não demonstrara o que sentira realmente. Fazia-se de forte e independente, enquanto estava totalmente dependente daquele que estava ao seu lado.
O tempo passou, e ela se viu sozinha, tão sozinha como nunca se sentira antes. Ele a abandonou, a trocou. Não que o culpasse, se a culpa tiver que existir seria totalmente dela. E era isso que fazia, se culpava, todos os dias, todos os instantes por ter deixado ir aquele que tinha curado as suas feridas e que as fizeram sem significado.
Agora abertas novamente, ainda piores do que antes, pois ela sabia que não viria mais ninguém para cuidar delas. E, certamente não veio.

sábado, 17 de abril de 2010

To Dawn

As vezes quando paramos para pensar na vida o que mais dói é perceber que nada do que fiz até hoje valeu realmente a pena. As atitudes tomadas e as não tomadas, trouxeram sempre as piores conseqüências, como resultado disso é o que eu me tornei hoje.
Como prova disso tenho apenas as paredes desta casa. São elas que me conhecer melhor do que ninguém, me viram crescer, me viram subir tão alto, e depois viram a minha queda.
Quando criança costumava pintalas e me pergunto se elas já sabiam o que eu me tornaria. Tinha uma bela família, uma família perfeita para mim, mas elas sabiam que não era assim. Elas presenciaram o fim do amor dos meus pais tragicamente, e a ida deles. Depois disso, só o que viram foi a mim, o que eu ia me tornando a cada dia, traçando o caminho para o meu próprio fim.
Ela viu quando eu deixei de acreditar em tudo que um dia foi real para mim, ela me viu desacreditar do amor, da felicidade... do meu próprio eu. Olhava sempre calada os meus amores que iam sempre embora quando o dia amanhecia; as promessas feitas durante a noite sendo quebradas por ambas as partes pela manhã. E ela estava lá para ver o que eu me tornava quando estava apenas com ela.
Guardava nelas minhas máscaras, uma para cada situação. A minha própria face não podia mostrar. Não queria mostrar o meu sofrimento, guardava as minhas lágrimas para derramar sobre o travesseiro. A cada noite esperava algo que pudesse me tornar uma pessoa melhor, mas ninguém conseguia... ninguém.
Meu coração hoje se compara a um cubo de gelo, um dia ele serviu para algo além de me manter viva.
Hoje tenho as paredes que tanto odeio por serem minhas fiéis companheiras entediantes, faço de tudo para conseguir fechar os olhos por um instante e conseguir sair dessa realidade e imaginar algo além delas para me rodear e me proteger.
Eu sei que elas também não acreditam mais no amor. Ela presenciou o fim de vários e teve como conclusão que todos tem um fim, tudo tem um fim, o pra sempre um dia acaba.
Mas por ironia do destino, ou não, ela me mostrou algo que escrevi ainda criança, - exceção - eu ainda posso encontrar a exceção eu quero ser a exceção, eu quero provar para todos que o amor ainda pode ser eterno. Descobri com isso algo que desaprendi no decorrer dos anos, a ter esperança, o único sentimento que agora estava vivo em mim.
Não vou desistir, saio todos os dias em busca da minha exceção, tem que estar em algum lugar, tem que existir, e quando eu encontrar vou mostrar as minhas companheiras que não preciso ter um final trágico também. E nós iremos compartilhar um futuro, e esquecerei o meu passado que tanto me assombra.
Vou encontrar o amor que não acabe ao amanhecer, mas que acorde mais forte, mais quente e mais brilhante do que no dia anterior.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Candy of Caramel

Não, o nosso amor nunca foi belo. Nunca foi um conto de fadas, nem mesmo no começo, ele é apenas conveniente. Acostumamos a viver um sempre ao lado do outro, e nos odiávamos por isso. Você sempre tão distante eu com a minha superioridade inalcançável. Nada poderia ser pior, ou ainda melhor, até de um de nós nos apaixonarmos. E esse alguém era eu. Nossa história é como um bala de caramelo, gostamos por ser doce, mas odiamos por ser tão injuativa, quando acaba achamos que durou pouco e tentamos incansavelmente achar outra.
Não pude perceber ao certo, quando deixei de te odiar para te amar. É por isso que dizem que o amor anda sempre ao lado do ódio. Mas você não. Com você foi o oposto, primeiro me amou e depois me odiou. O que considero pior para mim.
Apesar disso, não podíamos viver um sem o outro. Isso era o que eu imaginava. Até que um dia, você se tornou independente o suficiente para ir embora, e me deixou. Com você foi também a minha vida. Você a roubou. Jogou fora tudo o que escrevemos juntos no decorrer desses 3 anos, que agora percebo, os mais felizes. Você matou e sepultou o meu amor. O nosso amor.
Arrependo-me por nunca ter ao menos tentado cativar o seu amor novamente, por achar que você nunca fosse me deixar. Pensei que não fosse forte o suficiente para isso.
Mas no instante em que me deixou percebi uma pessoa que nunca se mostrou no decorrer desses anos. Nunca achei que você fosse capaz de usar aquele tipo de golpe para dilacerar um sentimento.
Foi como se num dia estivesse aqui, e no outro num deserto, sem ninguém. Nada preenche a falta que você me faz, pelo menos não por muito tempo. Porém não posso demonstrar isso. Eu te conheço melhor do que qualquer pessoa.
Escrevo em uma folha para desabafar e desenho no vidro embaçado do banheiro seu semblante, e me acho ridículo por isso.
Você vai voltar, eu tenho certeza, você me odeia mas não pode viver sem mim.
O final do nosso quase conto de fadas é simples, mas ainda não tem roteiro certo a ser seguido, você conseguiu seu sonho, mas não sabia que depois dele havia outro esperando para ser o próximo desejo, e claro você não vai conseguir realizá-lo sem mim. E eu, bom, eu vou continuar te esperando, até o fim da minha vida se possível, se é que se pode chamar isso de vida. Caso você não volte, eu não terei mais motivos, mais vale viver a te esperar do que ter a certeza de que nunca virá.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Always Love

Sentei na varanda, sem nada, sem companhia, um livro, celular ou o que quer que seja. Minha mente estava vazia, não pensava em nada. Eu só precisava de... nada. Não precisava de nada. A música que tocava no ambiente parecia me fazer flutuar no ritmo dela. Queria um cigarro, mas não tinha nenhum por perto. assustei-me ao ouvir uma voz de trás de mim.
- Ei, o que faz ai sozinho?
Não respondi, não conseguia pensar em nada. Aquele rosto que de tão desconhecido parecia que já amava há séculos. Logo eu, que tanto temia depender desta maneira de alguém, e fingia não acreditar no amor.
Mas tanto eu como você sabemos que ele existe. E que podemos nos deparar com ele a qualquer momento.
O silêncio começou a ficar pesado, me virei para olhar para ela que estava sorrindo, sem conseguir me conter dei uma gargalhada.
- Você fumou alguma coisa?
O seu rosto era divertido, e me recusei a responder. Ela se sentou numa cadeira branca mas logo se levantou para sentar ao meu lado na pequena mureta ficando com os pés balançando no ar, reparei na sombra de nossas silhuetas alongadas na parede e ri novamente. Era impossível não amá-la, eu amava cada centímetro do seu corpo.
- A paisagem é... bonita... inspiradora.
- Não sabia que é bem o seu gênero observar paisagens.
- Tem muitas coisas que você ainda não sabe.
- Ah é, tipo o que? Ter uma festa lá em embaixo com todos seus amigos e você preferir ficar aqui?
Aquele rosto me encantava de tal forma que eu não conseguia formular uma frase com algum sentido. O que ela dizia por mais sério que fosse vinha acompanhado de um sorriso, desses que os olhos sorriem junto, quase se fechando.
Quando ela me tocava sentia como se fosse desmoronar e cada célula do meu corpo se contraia e a amava ainda mais.
- Oh, meu Deus! - eu praticamente gritei.
- O que foi?
- Eu... Você... tem um sorriso bonito.
- E você é um bobo.
Parou por um segundo e me disse que a paisagem era realmente muito bonita.
Ficamos conversando ali por um longo tempo, era como se o mundo tivesse parado de girar naquele tempo. Sua voz era o som que eu queria ouvir para o resto da vida, os seus olhos que procuram uma resposta no fundo dos meus, um tempo que não se paga, que não se apaga. Só nós, ali. Eu poderia viver assim para sempre. É incrível como fico quando estou apaixonado, rapidamente caio nos piores clichês.
E naquele instante, eu sabia, que ela me amou.
Nós nos amamos. E eu percebi o que eu queria. E o que eu mais queria era ela, para sempre. Pela segunda vez nos beijamos. Não como a primeira vez, naquele beijo haviam promessas, havia esperança, havia arrependimento de ter beijado qualquer outra pessoa que não fosse o outro antes.
E eu sabia que dessa vez, seria para sempre.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dark Density

A cada dia um lugar diferente, mas nada muda, esse medo horrendo acumulado dentro de mim, nessa eterna escuridão.
Tudo muda, os lugares, as pessoas, as situações. Mas tudo é sempre tão igual.
Mais uma lança fincada no meu peito para a minha coleção. Cada vez mais difícil de suportar a dor, eu não sei se vou conseguir. Já não tenho mais motivos para continuar a lutar.
A noite vem, a chuva cai e eu me encontro aqui novamente estagnada, sem reação, sem me mover, sem pensar. A única coisa que sinto é essa dor, que sempre foi minha fiel companheira.
A chama do meu isqueiro é bela e me faz lembrar você.
As grandes doses de álcool ingeridas já não me tiram mais da realidade desse pesadelo.
Sem perceber pego um pedaço de papel rasgado e uma caneta já quase sem tinta e entre vários riscos sem sentido consigo decifrar meu inconsciente.
O telefone não para de tocar, será que alguém realmente se importa comigo, ou estão apenas avisando que caso não seja paga as parcelas atrasadas será cortado?
Nada me importa, sinto inveja disso que tomou conta de mim, que destruiu tudo o que um dia senti, e ainda sentiria.
Me olho no espelho e não me reconheço, não sei quem sou, não sei se sou.
Vou para o meu refúgio, para minha escuridão. Sem perceber me rastejo e me encolho aqui, talvez atrás dessa porta ninguém me encontre, não sei mais o que é dormir, apenas me desligo.
Sinto uma imensa vontade de chorar, mas não consigo deixar uma lágrima sequer escorrer, e isso causa uma agonia fora do normal.
Meu coração acelera, mas algo o congelou, ele não poderá me ajudar. Apenas uma pessoa poderia. Mas ela não quis, foi ai que eu vi que a solidão, por bem ou por mal, é a única que está comigo.
Será que ainda tenho salvação?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Chart

Primeiramente, gostaria de pedir perdão, pelo tempo que fiquei sem lhe escrever. Não digo que foi a falta de tempo, mas confesso que ainda não estava em condições de tal ato.
Não tive oportunidade de me despedir, mas ainda há muitas coisas que preciso conta-lhe, então vim por meio desta dizer-lhe.
A princípio imaginei que não me acostumaria a esta cidade, mas gostei. O céu aqui é mais intenso, ouso dizer que o brilho dele é comparável ao do seu olhar. Estou feliz, mas confesso que sinto falta de algumas coisas. Da sua pessoa, inclusive. Seu jeito amigo, carinhoso, a forma com que se dirige a mim, e o teu semblante quando algo lhe agrada.
Tu não sabes o quanto sinto em dizer-lhe, mas não voltarei mais, não consigo mais me sentir segura neste lugar onde cresci. Eu quero mais. Eu sei o que pensa a respeito de minhas decisões, mas peço que não interfira nas mesmas, e não me julgue sem saber os meus verdadeiros motivos.
Mande lembranças ao meu pai, e peça desculpas a minha mãe por me despedir tão abruptamente. Diga-lhes que estou bem e que preciso apenas de um tempo e em breve mandarei notícias para eles.
Farei o que me pediu pela última vez que nos vimos, guardarei até o fim dos meus dias as nossas lembranças, mesmo sem vontade. Sei o que estão a comentar de mim por estas terras, mas não importo-me, só eu sei o que realmente é importante para minha pessoa. Sinto por essas pessoas que não compreendem tais atitudes, mas não as julgo, o caso é que cada um precisa de um tratamento diferente, quando as feridas são da alma. Rogo todos os dias a Deus para que me liberte dessa dor insuportável. Sei que ele me ouve, mas não entendo por que não me livra. Eu que sempre fui tão fiel e sempre fazia coisas boas em Seu nome. Mas Ele deve ter seus preceitos para comigo.
Espero que esteja tudo bem contigo, não lhe desejo nenhum mal, ao contrário, espero que sejas mui feliz. Afinal, a minha felicidade caminha com a sua. Não preocupe-se, não vou fazer nenhuma 'besteira', não nego que já ter passado esta opção em minha mente, afinal esta seria a única alternativa de libertar-me desta escuridão sem fim, mas uma parte de mim ainda tem a esperança de me deparar com a felicidade novamente.
A esta altura já me tornei Ateu, e Nômade também, em breve partirei daqui, apesar de gostar deste lugar não a nada que me prenda aqui agora, nem lugar algum, pelo menos não meu corpo, uma vez que minha alma está decretada prisioneira a tua até o fim, pois sei que nem a morte poderá libertá-la, caso contrário ela já estaria livre.
Com minha visão turva e úmida creio que não serei capaz de escrever-lhe mais, já estou a borrar o papel. Contente-se está será a última vez que escrevo-lhe. Não por que disse tudo o que tinha a dizer, mas o suficiente para tentar dormir em paz. Espero que leia, mas não espero respostas. Agradeço por respeitar os meus limites, preciso deste tempo para cuidar da minha saúde, um pouco debilitada, e também ir atrás dos meus ideais, mesmo não parecendo eu nunca deixei de crer neles.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Before Winter Ends

Antes que pudesse pensar no que faria depois, ela se curvou e fez um sorriso nos seus lábios com o dedo manchado de sangue. Ela sabia o que era melhor para ele, mesmo ele não sabendo. Ela sempre acertava. Não estava pondo fim aos seus dias, aquele era apenas o começo, era algo grande que estava por vim. Realmente odiava as pessoas que tinham medo da morte. Tolas. Não iria se preocupar em apagar as pista, já havia pensado em tudo, eles não teriam como punila. Mas tinha certeza do que teria nas manchetes no dia seguinte.
Ela estava feliz. Satisfeita, sempre conseguia o que queria. Queria viver com ele para sempre, e já sabia que o para sempre não é aqui. - Neste lugar onde as pessoas fingem ser felizes, ecoam notas falsas nos sorrisos, liberam lágrimas secas, suprem suas necessidades com o nariz enfiado no pó, afogam a solidão no copo de destilado e fodem para preencher o vazio. - não queria viver o seu lindo amor aqui, temia que acabasse corrompendo o sentimento.
O falso sorriso no rosto dele a fazia sentir-se bem, era melhor do que vê-lo assustado, mas seus olhos ainda estavam com medo... Olhou no relógio, ainda era cedo, mas não podia esperar muito tempo mais, antes de concluir o plano, não conseguiu pensar muito, pegou um pedaço de papel que estava na mesa e escreveu com a primeira caneta que encontrou - era de um verde fluorescente para o seu desapontamento - com sua letra arredondada escreveu: 'Debaixo do meu casaco há um coração bondoso que s... Foi interrompida pelo barulho da porta, é agora. Deitou-se do lado da alma amada, e soltou o gatilho mais uma vez, o sangue dos dois misturando-se num ponto que nã0 se distinguia de quem era, como se fossem um só, e agora eles são um só. Foi por amor.

Será que dessa vez ela acertou?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Adeus Amor

- Sabia que te encontraria aqui - disse alegremente, por ver o rosto amigo.
- Oh, achei que iria sem se despedir, ou veio para dizer que vai desistir dessas idéias malucas? - seu rosto irradiando esperança.
- Vim apenas dizer adeus.
- Não faça drama, um tchau basta. Voce ainda vai voltar! - ele respondeu curvando a cabeça tentando não demonstrar a angústia que o sufocava.
- Você tem certeza? - perguntou-lhe procurando seu olhar.
- Por que, você não tem? - seus lábios entornando para baixo e sem perceber colocando as mãos no bolso, como antiga mania.
- É melhor eu ir... - tentando esconder a tristeza pegou a bolsa e ia se virando.
- Eu só preciso lhe dizer algumas coisa que nunca tive coragem... - disse apressadamente segurando seu braço antes que fosse embora. Mas livrando-se dos seus punhos ela respondeu.
- É melhor não dizer, você sabe que não gosto dessas coisas em despedidas.
- Eu te amo, não da para continuar fingindo que não sabe. - disse ignorando o que acabara de ouvir.
- Você sabe que não posso fazer feliz. Você merece alguém melhor e para encontrar é realmente melhor que eu vá.
- Mas é você, e só voce pode me fazer feliz...
- Nem sempre o que queremos é o melhor para nós... - cortou-lhe rispidamente.
- Está na hora de você dar um pouco de crédito aos sentimentos, você sabe que eu jamais te machucaria, deixe eu dar vida ao que está morto em você.
- Você não entende! Não há o que você possa fazer. Não posso mais esperar. Eu realmente espero que você me entenda!
- Desculpe, mas é impossível. - disse tentando dizer tudo que sentia atravéz do olhar, interrompido pelo múrmurio que dizia - Como nós dois... Impossível como nós dois... - E viu apenas as costas da pessoa que mais amava cada vez mais longe.
- Espero que quando voltar não seja tarde. - Foi só o que disse, para ninguém em especial.
Mas os dois já sabiam que o depois seria tarde.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Depois do Fim

Não me lembro da última vez em que acordei com um mínimo animo - depois da longa noite que tive, com pessoas que não dão a mínima pra mim. Mesmo assim ainda saio com eles e faço coisas das quais me arrependo depois, - levantei com grande custo e percebi que a tarde estava linda, do jeito que eu sempre costumava passar horas vendo, sem nuvens, um azul celestial e os raios de sol pareciam refletir no gramado da praça e nos sorrisos das crianças que ali brincavam. E isso me deixava mais irritada. Fechei a janela e qualquer lugar de onde podiam vir vestígios de felicidade. Voltei a minha cama, queria ficar apenas com minha hipocondria.
Olhei os porta-retratos em cima da escrivaninha, que durante uma bad trip quebrei e rasguei as fotos, depois me arrependi e tentei junta-las de novo colando-as em um sulfite, claro que faltou várias partes, mas olhá-las me fazia lembrar de quando me precipitava em achar que era feliz. Felicidade... a grande ilusão da humanidade.
Agora já faz mais de um mês que meu coração parou. Depois de sua ida o meu pavor surpreendeu a mim mesma, fora incontrolável. Por grande parte da minha existência, eu era apenas uma máquina de ressentimento, chorava quando queria, ria quando sentia vontade. Mas a dor que você me provocou ia além disso. E mais uma vez perco o controle sobre mim mesma.
Eu percebi que o sofrimento é apenas um meio de fugir do que tenho medo de enfrentar. A tua ausência, mas foi ela que fez de mim o que sou. Me arrumo, tomo dois ou três comprimidos e saio de cara lavada, não falo com ninguém, sou quase invisível para eles. Não sei para onde vou ao certo, mas o que me deixa irada é que quando penso em você não sei o que fazer, me abraço forte e meus pés me guiam por conta própria, meus olhos reparam o chão. Onde estas agora. Foi o teu fim, agora só vivo para esperar o meu, é a única certeza que tenho agora.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Of Heaven To Hell

No inusitado está a surpresa, no início a adrenalina. Sempre dividida. Ir ou vir, falar ou calar, deixar ou impedir, cair ou continuar...? O que é novo me seduz, o que está por vir é um mistério. Eu arrisco. Tenho medo, mas não deixo que ele me possua. Posso provar que sou capaz, apesar de não saber do que. Mergulho, vou fundo, estou aqui e talvez seja culpa do acaso, na verdade nós não precisamos escolher para onde vamos, se tudo nos leva a apenas um caminho, do qual não podemos fugir.